POLÍCIA PRENDE GILSON SANTOS, SUSPEITO DE COBRAR PARA FACILITAR REALIZAÇÃO DE EXAMES NO HRBA PARA PACIENTE DE TRAIRÃO, NO SUDOESTE DO PARÁ
A Polícia Civil investiga um esquema de facilitação de exames no Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA), em Santarém, no oeste do Pará. Um homem foi preso quando recebia dinheiro de um paciente, morador de Trairão, no sudoeste do estado, para furar fila de exames no hospital. A prisão ocorreu na terça-feira (18).
Gilson Santos é suspeito de participar de uma quadrilha de criminosos que cobrava determinados valores para garantir que exames médicos fossem feitos de forma mais rápida, sem precisar entrar na fila de espera.
O suspeito foi preso quando um paciente, que aceitou ajudar a polícia nas investigações, fazia o repasse de um valor para Gilson. Segundo o delegado Thiago Mendes, a polícia recebeu várias denúncias dando conta de um suposto esquema dentro do HRBA de marcação de exames. Com base nas informações recebidas, as investigações apontaram para o envolvimento de uma pessoa que realmente facilitava essas marcações.
Com o reforço de policiais do Núcleo de Apoio à Investigação (NAI), da 16ª Seccional Urbana de Polícia Civil, o delegado Thiago e sua equipe efetuaram a prisão de Gilson. A pessoa que repassava o valor ao suspeito também foi detida e conduzida para a delegacia de polícia.
Em seu depoimento, Gilson delatou alguns nomes de servidores que trabalham em prefeituras da região. A Polícia Civil suspeita do envolvimento de mais gente no esquema, uma vez que o suspeito tinha acesso a informações tanto das prefeituras quanto do próprio HRBA.
Um inquérito policial foi instaurado para identificar todos os envolvidos, que poderão ser indiciados por corrupção passiva. Ainda segundo o delegado, Gilson Santos cobrava até R$ 3 mil para agendar as marcações dos exames no hospital regional. A polícia apreendeu em poder dele, vários documentos de terceiros, possíveis vítimas do golpe do fura-fila no regional.
O delegado informou ainda que todas as pessoas identificadas serão intimadas a prestar esclarecimento sobre o caso.
O que a investigação da polícia e o próprio hospital precisam esclarecer é como Gilson Santos conseguir agilizar os exames, já que não é funcionário do HRBA e nem pertence a nenhuma prefeitura da região. Como um simples intermediador tinha facilidade e acesso ao sistema de marcação de exames? Houve apoio ou participação direta de colaboradores do HRBA nesse esquema?
A reportagem solicitou um posicionamento da direção do Hospital Regional do Baixo Amazonas sobre o funcionamento do sistema de marcação e quais os mecanismos de controle interno utilizados para auditar o serviço de realização de exames, além das medidas de investigação interna que foram tomadas diante deste caso. A assesoria de imprensa do HRBA respondeu que os esclarecimentos seriam prestados pela SESPA.
Em nota divulgada à imprensa, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), por meio do Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA), informou que acionou a Polícia Civil, e conseguiu localizar e deter o suposto acusado nas imediações do hospital. A Sespa ressalta que tanto a pessoa presa quanto os suspeitos ainda investigados não fazem parte do quadro de funcionários do hospital ou da Sespa.
A Secretaria esclarece, ainda, que os agendamentos de outros municípios são realizados diretamente pelas secretarias municipais de saúde. E que tanto a Sespa quanto o próprio hospital não compactuam com qualquer prática irregular e reforçam que todos os serviços assistenciais oferecidos à população pela unidade são gratuitos, fazendo parte do SUS.
Fonte: Oestadonet.com
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