Pará: CONHEÇA A PRIMEIRA MULHER A INTEGRAR O GRUPAMENTO AÉREO DE SEGURANÇA PÚBLICA DO PARÁ

Determinação e a busca pelo conhecimento foram decisivas para que a Tenente pudesse galgar o espaço que ocupa hoje. Em seus 17 anos de criação, o Grupamento Aéreo de Segurança Pública (Graesp), vinculado à Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Pará (Segup) diversos foram os profissionais, seja eles policiais militares ou civis ou até mesmo bombeiros militares, que já desenvolveram as funções de comandantes de aeronaves, pilotos, mecânicos e outras funções importantíssimas para o desempenho do serviço ofertado e a segurança da tripulação. Porém, recentemente, passou a integrar o quadro de servidores a primeira piloto feminino do grupamento. A 2ª Tenente Suzane Patrícia Gomes da Silva possui 35 anos de vida, sendo 12 anos dedicados à Polícia Militar do Pará. O sonho conquistado agora teve início lá atrás. 

Determinação e a busca pelo conhecimento foram decisivas para que a Tenente pudesse galgar o espaço que ocupa hoje. Filha de mãe e pai policiais militares, a carreira militar sempre esteve presente em seus planos e o primeiro passo foi alcançado no ano de 2008, quando foi aprovada em concurso público e passou a compor as fileiras da instituição como soldado. Mas ainda não era o suficiente para ela que sonhava em ir mais longe. Durante o período de serviço militar, trabalhou no 2º Batalhão de Polícia Militar, onde era do motopatrulhamento; 6° BPM, em serviços administrativos, operacionais e com projetos junto às Escolas. No Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças – CFAP, formando novos policiais e aperfeiçoando outros. E foi durante a operação do Círio de 2009 que a policial sentiu o desejo em seu coração em servir o GRAER (Grupamento Aéreo), na época, enquanto a imagem de Nossa Senhora de Nazaré chegava à Basílica e o grupamento fazia a homenagem de chuva de pétalas.

Para atuar no Grupamento Aéreo é necessário ser um policial militar da categoria oficial. Então, no ano de 2013, Tenente Suzane avançou mais um degrau com a aprovação no Curso de Formação de Oficias. Após um período atuando na função, buscou qualificação junto à Escola Internacional de Aviação Civil, com duração de quatro meses, tendo a aprovação da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). A Carteira de Habilitação Técnica foi entregue e ela pode, finalmente, voar mais alto em seu primeiro voo no Graesp. Diante de tantas etapas vencidas, o principal desafio a ser vencido, segundo ela, pode surpreender. “O Principal desafio nosso (mulher) é conseguir manter a nossa sensibilidade. 

Eu sou do universo masculino, a maioria dos amigos homens, então a mulher traz organização e sensibilidade, seja no questionamento, posicionamento, visão à qualidade de vida, as mulheres na instituição trazem isso, buscam fornecer qualidade de vida nos pequenos detalhes”, afirmou a tenente acrescentado “é necessário ser mãe, mulher e profissional e dar conta desses três ambientes. Se não está bem em um, não vai tá bem no outro também”, afirmou a tenente que é casada e mãe de um menino. Atualmente, 100 homens compõem o grupamento aéreo, o que nem de longe assusta Suzane. “É importante à visão masculina, sim, feminina, sim, os dois caminhando juntos. É a troca de incentivo, de material, orientação, e isso é muito satisfatório. Meu entendimento é objetivo: o mérito, a dedicação, a disciplina e esforço são pessoais, mas “O sucesso é uma conquista coletiva”, ninguém vence sozinho”, relatou a Tenente que já recebeu o apoio dos colegas de trabalho durante o processo de estudo até a aprovação. 

“Desde quando cheguei aqui recebi ajuda no estudo, um apoio, o oferecimento de um livro. Respeito muito os que aqui estão. É gratificante ter o seu espaço, compreender o espaço deles e conseguir alegrar, produzir. Chamo todos de meninos”, brincou. A conquista alcançada agora já é inspiração para tantas outras mulheres, nas diversas áreas. “Todas as mulheres que se propõem a fazer algo ainda não realizado acabam se tornando referência. Mas prefiro me ver apenas como uma “chave”, que abriu uma porta onde muitas outras colegas, podem e precisam ocupar. O quanto de desafios que a mulher enfrenta desde quando nasce carregado de um patriarcado, que estabelece o que pode e não pode. As dificuldades existem em outras profissões, em todo o mundo. Então é necessário ter cautela, determinação para ocupar o espaço de forma técnica”,

Fonte: Agência Pará

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