Polícia Federal cumpre mandados de prisão por fraude em legalização de madeira
Uma das medidas judiciais está direcionada a empresário de Itaituba.
A Polícia Federal deflagrou hoje (12/7) a Operação Florestas de
Papel, que tem o objetivo de desarticular esquema de exploração ilegal de
madeiras na região amazônica nos períodos entre 2014 e 2017, envolvendo mais de
20 madeireiras.
Mais de 150
policiais federais cumprem 70 medidas judiciais, entre prisões preventivas,
temporárias, mandados de busca e apreensão e de suspensão de atividade
econômica nos estados de Roraima, Mato Grosso, Amazonas, Maranhão e Pará. Os
mandados foram expedidos pela 4ª Vara da Seção Judiciária de Roraima, após
representação da Autoridade Policial. Uma das medidas judiciais está destinada
a um empresário de Itaituba, que não teve o nome revelado, mas é suspeito de
envolvimento no esquema milionário.
Os fatos foram
apurados ao longo de 6 Inquéritos Policiais, com apoio do MPF, e apontam
diversos tipos de fraudes cometidas por empresários para dar aparência de
legalidade ao comércio e movimentação de madeiras.
As fraudes eram
realizadas no SISDOF, sistema do IBAMA que gerencia a expedição dos Documentos
de Origem Florestal (DOF). O DOF é uma licença obrigatória para o controle do
transporte e armazenamento de produtos e subprodutos florestais de origem
nativa, como toras de madeira e madeira serrada. A PF identificou mais de
91.000 metros cúbicos de madeira serrada que teriam sido “regularizadas”
mediante fraude.
Convertidas em
toras de madeira, este quantitativo se aproxima de 260.000 metros cúbicos, ou
120.000 toras, o suficiente para carregar aproximadamente 8 mil caminhões.
Dentre as espécies identificadas encontram-se Ipês, Cedros, Maçarandubas,
Aroeiras e Jacarandás, dentre outras. No mercado, o valor das madeiras
envolvidas na fraude poderia chegar a quase 80 milhões de reais.
O esquema
utilizava empresas de fachada para conseguir ou utilizar DOFs, os quais eram
empregados para “esquentar” madeiras retiradas ilegalmente com a simulação de
extração, compra ou venda de madeiras entre as próprias empresas do esquema.
Vinte e duas empresas são investigadas, e vários dos sócios seriam laranjas dos
reais proprietários. A maior parte das madeireiras investigadas são localizadas
no sul do estado de Roraima.
Mauro Torres/Com informações da Polícia Federal
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