Trinta policiais já foram mortos em 2018. Polícia Civil do Pará investiga a morte de investigador

A Polícia Civil do Pará investiga a morte do investigador Wangley Wallace Lima de Queiroz, de 32 anos, assassinado com 10 tiros na madrugada de ontem (13), na avenida Independência, em Ananindeua.

Há suspeita de latrocínio (matou para roubar). Wallace tinha apenas 3 meses na corporação, deixou esposa com quem era casado há 8 anos e 4 filhos.  Wallace havia saído de casa, no conjunto Paar, e seguia de motocicleta para o distrito de Icoaraci, por volta das 4h, para uma operação policial, quando foi abordado pelos criminosos. O veículo não foi roubado, mas documentos, celular e a pistola calibre ponto 40 da vítima foram levados pelos criminosos. 

O investigador entrou no quadro da Polícia Civil no último concurso público, no ano passado, e estava lotado em Santa Cruz do Arari, no Marajó, desde março deste ano. Foi o segundo policial civil assassinado no Pará esse ano. Outros 28 PMs também já foram mortos.

Nas primeiras horas após o crime, e durante o dia e ontem, várias equipes de policiais civis buscavam pistas do paradeiro dos assassinos. Alguns suspeitos foram conduzidos pela Polícia Civil até à Unidade Integrada ao ProPaz (UIPP) daquele bairro para prestar esclarecimentos sobre o suposto envolvimento na morte do investigador.

Em uma das averiguações, os policiais encontraram Adenilson Cristiano Rodrigues da Silva dentro de uma residência no bairro Icuí. Segundo o delegado Marco Antônio de Oliveira, diretor de Polícia Especializada (DPE), drogas e uma arma exclusiva da polícia também teriam sido encontrados com ele. “Na hora da abordagem, houve troca de tiros. Ele foi atingido, chegou a ser levado para a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) do Icuí, mas não resistiu aos ferimentos”, disse Marco Antônio. 

Wallace era filho de sargento da Polícia Militar que, em registro oficial à polícia, afirmou que – baseado em supostas testemunhas – os criminosos festejaram com fogos a morte do policial, ainda no local do crime. O irmão do investigador assassinado, Wanderson Queiroz - tenente da Polícia Militar - conversou com o DIÁRIO. Ele acredita na possibilidade de latrocínio. “Entendo que eles [criminosos] não sabiam que ele era policial, foram para roubar”, comentou.

PRETENDIA SER DELEGADO
Wanderson lamentou a morte do irmão. “Ele tinha um grande apreço pela profissão. Era advogado e pretendia ser delegado. Infelizmente, o que fica é uma mistura de revolta com tristeza”, desabafou. O corpo do investigador foi liberado do Instituto Médico Legal (IML) no final da manhã de ontem, levado para ser velado na travessa Lomas Valentinas, bairro do Marco. O enterro será hoje, em Marituba.

O caso está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios de Agentes Públicos, da Divisão de Homicídios. Em nota, a Polícia Civil afirmou que já investiga as circunstâncias do assassinato do investigador. “Ainda não há informações sobre os autores do crime e de que forma eles agiram, nem se estavam usando veículo”, informou a nota. As diligências são coordenadas pelo delegado-geral adjunto, Rogério Morais, e pelo diretor de polícia metropolitana, delegado Aldo Botelho. 

“São quase 30 equipes de policiais civis de todas as unidades da capital nas buscas aos criminosos”, acrescentou a informação oficial.

Michelle Daniel/Diário do Pará

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