UFPA DEBATE REALIDADE FUNDIÁRIA URBANA DA REGIÃO NORTE
A
Universidade Federal do Pará, em parceria com o Ministério das
Cidades e a Universidade Federal do Rio de Janeiro, abre no dia 6 de dezembro, a
partir das 9 horas, no auditório do Instituto de Ciências Jurídicas, Campus Profissional, em
Belém, a Oficina Regional Norte:
Avanços e Perspectivas para a Regularização Fundiária Urbana na Amazônia. O
objetivo do evento é debater e capacitar os participantes para os
desafios da implementação da Lei Federal 13.465/2017, novo marco de
regularização fundiária urbana e rural e os seus desdobramentos nos sete
Estados da região Norte. Myrian Cardoso, coordenadora
Técnica Operacional do Projeto Moradia Cidadã da Comissão de Regularização
Fundiária da UFPA, explica que a nova legislação exige a adoção de
novos paradigmas para implementar a regularização nas cidades na Amazônia
Legal.
O Brasil
possui 5. 570 municípios e a Região Norte
ocupa aproximadamente 4 mil km², com uma população estimada em 17,92 milhões de habitantes, segundo
o Instituto
Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), em 2017, correspondente a cerca de 8% da
população brasileira. Dos 450 municípios
existentes na região Norte, a Subsecretaria de Regularização Fundiária na
Amazônia Legal (Serfal) repassou o domínio das terras para 127 cidades,
facilitando o desenvolvimento urbano e o acesso aos recursos para combater as desigualdades
regionais. As demais não têm o domínio das suas terras, o que dificulta o
acesso a recursos para implementar políticas públicas.
Dados do
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continua (Pnad) do IBGE, de 2016,
revelam que apenas 18,9% dos domicílios da Região Norte estão conectados à rede
de esgoto, além de predominar o uso da fossa (68,1%). Apenas 33% dos domicílios
do Norte são abastecidos por água de poço, enquanto a média nacional é de 2,1%
de casas nesta situação. “Esta realidade
precisa ser enfrentada para superar as desigualdades regionais e os conflitos
de ocupação em áreas sem infraestrutura urbana”, afirma.
Na
abertura da Oficina, serão apresentados os resultados dos trabalhos de regularização
realizados em Mãe do Rio, Ipixuna do Pará, Capitão Poço, Concórdia do Pará,
Nova Esperança do Piriá e Tomé-Açu, que resultaram na consolidação e enquadramento
de 18 mil lotes com novas dimensões sociais, jurídicas, urbanísticas e
ambientais. Deste total, 13.424 foram consolidados, aprovados nas prefeituras e
protocolados nos cartórios para abertura de matrícula dos lotes nas cidades do
Nordeste paraense. “O desafio é consolidar esforços para garantir o direito ao
primeiro registro gratuito para as famílias de baixa renda com a liberação dos
selos emitidos pelo Tribunal de Justiça do Estado (TJE) ”, pondera a
coordenadora.
A partir das 16 horas,
haverá o debate sobre as Inovações e Desafios da Lei 13.465, de 2017, com foco
na
regularização fundiária urbana na Amazônia Legal. Participam da atividade José Cristiano, analista de Infraestrutura
do Ministério das Cidades; Ana Paula Carvalho, da Subsecretaria de
Regularização Fundiária na Amazônia Legal (Serfal); Cleomar Moura, da
Associação dos Notários e Registradores do Brasil (Anoreg), e Aracely
Evangelista, da Superintendência do Patrimônio da União (SPU).
No dia 7 de dezembro, a partir das 9 horas,
ocorrerá a realização de uma oficina para gestores públicos e privados sobre a
regularização, com base na Lei 13.465/2017. Luly Fischer, do Instituto de Ciências
Jurídicas da Ufpa, abordará os aspectos jurídicos da questão fundiária na Amazônia. Por sua vez, Raphael Bischof Santos,
professor e pesquisador da Universidade Federal do ABC, apresentará um diagnóstico do Programa
Papel Passado, do governo federal, com dados de 95 cidades, em 23 estados
brasileiros. No Pará, segundo Bischof, as vistorias envolveram as cidades de Ourém, Peixe-Boi, Barcarena e
Belém, cuja ação busca garantir a regularização administrativa e jurídica
da posse dos imóveis em benefício dos moradores.
Confirmaram a
participação representantes do Acre, Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do
Norte, Brasília e Pará, além de membros de secretarias estaduais do Pará,
gestores e técnicos das prefeituras paraenses, representantes das associações
municipais do Estado, professores e discentes de instituições de ensino público
e privado
Ascom-CRF-UFPA - Texto: Kid Reis - Fotos: Arquivo CRF-UFPA
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