Indios Munduruku mantém ocupação em canteiro da hidrelétrica São Manoel no Pará

Indios da etnia Munduruku continuam ocupando o canteiro de obras da Usina Hidrelétrica São Manoel em Jacareacanga, sudoeste do Pará. Eles reinvindicam a devolução de urnas funerárias que alegam terem sido removidas de um local sagrado para que a usina fosse construída. A empresa responsável pela hidrelétrica informa que a ocupação dos Munduruku é pacífica, e informa que está negociando a liberação do canteiro com os índios.
A hidrelétrica São Manoel começou a ser construída em 2014 em um trecho do rio Teles Pires que fica perto da fronteira do Pará com o Mato Grosso. Segundo a empresa responsável pela usina o prazo previsto para conclusão da obra é maio de 2018. Quando estiver pronta, seu reservatório terá uma área de 66 quilômetros quadrados, e capacidade de geração de 700 MegaWatts.
Em nota, a Fundação Nacional do Índio (Funai) disse que o presidente da instituição, Franklimberg de Freitas, viajará na quarta-feira (19) para Jacareacanga e visitará o canteiro de obras da UHE São Manoel para se encontrar com as lideranças Munduruku.
A ocupação
De acordo com o Conselho Indigenista Missionário, os manifestantes que representam 138 aldeias da bacia do Tapajós chegaram ao local na noite do dia 15 em quatro barcos para uma manifestação que havia sido definida em maio de 2017, durante um encontro de mulheres das tribos. Em carta aberta divulgada pelos manifestantes através do conselho, os índios alegam que a obra de construção da usina violou dois territorios sagrados.
Carta aberta dos Munduruku explica o motivo da ocupação (Foto: Divulgação / CIMI)Carta aberta dos Munduruku explica o motivo da ocupação (Foto: Divulgação / CIMI)
Carta aberta dos Munduruku explica o motivo da ocupação (Foto: Divulgação / CIMI)
Os índios divulgaram um documento com reinvindicações que incluem acesso a urnas funerárias que teriam sido roubadas durante a construção da usina, o traslado destas urnas para uma terra onde brancos não tenham acesso, a demarcação de terras, criação de museus para a cultura local e de um fundo de amparo financeiro para as aldeias.
A Empresa de Energia São Manoel disse, em nota, que procura encontrar uma solução que garanta a segurança das comunidades locais, colaboradores e do empreendimento. A Companhia disse ainda que todas as condicionantes ambientais são cumpridas rigorosamente e estão em conformidade com a legislação vigente.
G1/Pará

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