Primeiro dia de Seminário de Direito Eleitoral debate inovações para as Eleições 2016
A abertura do evento promovido, nesta
terça-feira (28), pelo Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE-Pa) debateu as
principais mudanças na legislação eleitoral e no novo código de processo civil.
O evento teve abertura com a fala do
Desembargador Raimundo Holanda, presidente do TRE-Pa, sobre a importância de se
promover o debate sobre essa nova legislação. “Precisamos gerar um
questionamento do dever e responsabilidade de cada um de nós sobre o processo
eleitoral, pois o direito nesta área é um jogo que precisa ser jogado de forma
correta para que haja apenas um vencedor, o povo”, disse o desembargador.
Após a abertura, houve o lançamento do livro
“Comentário à Lei das Eleições” apresentado
pelos autores Dra. Juliana
Rodrigues Freitas e Dr. José Edvaldo Sales. A publicação realizada pela editora
Fórum e apoiada pelo Tribunal trás uma analise comentada das principais
mudanças nas leis 9.504/97 e 13.165/15.
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Depois, foi a vez do painel ministrado
pelo mestre em direito, Rafael Soares, pela Especialista em Direito Público,
Elmana Viana e mediado pelo advogado Sávio Leonardo. O tema foi “Partidos
Políticos e a Minirreforma Eleitoral: Consequências para 2016”, os palestrantes
ressaltaram que as mudanças legais virem com o principal objetivo de reduzir os
custos do pleito, desburocratizar a administração dos partidos e ampliar a
participação feminina na política. “São cerca de 130 pontos de mudanças que
acredito devem melhorar a transparência do pleito para este ano” afirmou a Dra.
Elmana Viana.
“Passamos por um período de energia
política latente no país e a legislação precisa acompanhar esse processo, pois
a democracia é uma coisa que não vem pronta, ela precisa ser construída”
lembrou o Dr. Rafael Soares.
Às 11h, iniciou-se o painel de debate
sobre “Redes Sociais e as Eleições”, ministrada pelo CEO da empresa de
monitoramento eletrônico Beonpop, Alexandre Stumpf. “Hoje há muitos mais
pessoas utilizando as redes sociais que terão um grande impacto nas Eleições,
pois, a tua informação viajará mais rápido entre um grande número de pessoas. E
esse é o desafio do candidato, saber quem atingir com conteúdo certo, para que
seja replicado da maneira correta com mais rapidez”, comentou o palestrante.
O evento tem 1200 inscritos, entre
magistrados, advogados, representantes de partidos políticos, estudantes e
servidores da Justiça Eleitoral. “O que mais me chamou atenção nesse Seminário
é a programação, que reúne conteúdo de grande importância para as Eleições
Municipais de 2016. Iremos aproveitar todas ideias boas e aplicaremos no nosso
TRE”, ressaltou a Presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do
Sul, Desembargadora Liselena Schifino Robles Ribeiro.
A tarde
Pela tarde, o Seminário reiniciou com a
apresentação do “Programa Brasileiro de Educação
Cidadã”, em que foram
mostradas problemáticas decorrentes do cotidiano das escolas bem com a solução
para as mesmas.
Em seguida, foi exposto o painel “A participação
feminina na política”, com a Mestra em Ciência Política Maíra de Barros
Domingues e Eneida Desiree Salgado, Mestre e Doutora em Direito. O momento foi
de expor as dificuldades da participação das mulheres na política e de debater
como a reforma eleitoral que garante cota mínima nos partidos ainda não é
suficiente para um maior protagonismo feminino nas cadeiras dos parlamentos.
“Acredito que só com uma garantia de 50% das cadeiras dentro do Senado
conseguiremos uma força maior para as pautas femininas no país”, afirmou a Dra.
Desiree Salgado.
“Hoje, se compararmos a questão de
participação feminina no parlamento o Brasil, segundo dados da ONU, estamos em
121º lugar entre as nações com menor lugar para mulheres dentro da política,
perdemos para nações como o Afeganistão”, alertou a Cientista política Maíra
Domingues.
Também foi exposto o painel “As Eleições
2016 sob a ótica do Ministério Público – Condutas Vedadas”. Entre os assuntos
abordados estão a doação de bens por parte de candidatos e o litisconsócio
passivo necessário. “É o entendimento que o Tribunal tem que nas hipóteses de
conduta vedada, a pessoa que entrar com a representação tem que necessariamente
chamar o autor da conduta vedada e o candidato que se beneficiou dela, se ele
não chamar um deles o processo será instinto e eu tenho um posicionamento
crítico com relação a isso”, explica o Procurador Regional Eleitoral Bruno
Valente, um dos expositores.
Além dele, participaram do painel, o
Promotor de Justiça do Ministério Público do Espírito Santo, Leonardo Augusto
de Andrade Cezar dos Santos e membro do Grupo Nacional Executivo da Função
Eleitoral – Genafe, Procurador da República Alan Rogério Mansur Silva.
O dia encerrou-se com a palestra do Dr.
Ubiratam Cazetta, Procurador da República, sobre os “Dilemas atuais da
democracia e a Justiça Eleitoral”
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