MPF investiga universidades que atuam sem regulamentação do MEC.
O
Ministério Público Estadual investiga várias universidades que estão
atuando na região oeste do estado sem que os cursos oferecidos sejam
reconhecidos pelo Ministério da Educação (MEC). O trabalho é feito em
conjunto com o Ministério Público Federal (MPF). Algumas ações já foram
impetradas na justiça federal, com decisões favoráveis aos órgãos
ministeriais.
Os maiores prejudicados têm sido jovens de regiões do interior de
Santarém como o Planalto, Lago Grande e Arapiuns. Sem acesso à
informação, esses jovens são seduzidos e perdem o dinheiro investido,
além de sofrem uma frustração moral ao saber que o tempo usado para
estudar foi em vão.
Para tratar sobre o assunto, o promotor de justiça Túlio Novaes recebeu
os vereadores Dayan Serique (PPS) e Luiz Alberto (PP). Os dois
parlamentares têm apresentado trabalhos na Câmara Municipal no sentido
de tentar frear as ações dessas universidades e punir os responsáveis
pela fraude.
Túlio Novaes informou que tem recebido reclamações de outras cidades do
oeste paraense. Ele informou que a prática será combatida por dois tipos
de ações judiciais: uma civil no MPF e outra criminal no MPE. "Trate-se
de crime organizado mesmo. São pessoas que lucram milhões e que estão
há tempos nessa atividade", disse o promotor de justiça.
O vereador Dayan Serique informou que também tem recebido muitas
reclamações de jovens do interior do município que foram prejudicados
por essas universidades. Ele informou que tem defendido na Casa
Legislativa a expansão das atividades de instituições públicas como a
Universidade Federal do Oeste do Pará (IFPA) e Universidade do Estado do
Pará (UEPA). "Queremos essas instituições de ensino superior no
interior do município para frear o avanço e ocupar o espaço dessas
universidades que atuam de má fé, arrancando o dinheiro de jovens que
sonham com uma graduação, com uma profissão", disse Serique.
Tanto a Câmara Municipal quanto o MPE recomendaram a Secretaria
Municipal de Educação (Semed) e à unidade regional da Secretaria de
Estado de Educação (Seduc) que não cedam espaços de escolas públicas
essas universidades oferecerem seus cursos. "Se ela funcionar numa
escola pública, passa a falsa impressão de legitimidade e acaba por
convencendo o jovem de que aquele curso é reconhecido", justificou Dayan
Serique.
Muitos jovens lesados procuraram a Procuradoria do Consumidor (Procon)
para reclamar e abrir procedimentos contra as falsas universidades. As
denúncias no Procon foram peça-chave no inquérito aberto pelo órgão
ministerial.
"Além de investigarmos devido as atribuições que possuímos, queremos
unir forças a outras instituições, como a Câmara Municipal que se
mostrou parceira, para barra o avanço dessas universidades que estão
enganando muita gente aqui na região", disse o promotor Novaes, voltando
a ressaltar que tanto o MPE quanto o MPF estão empenhados no combate a
esse tipo de crime.
"Essas pessoas vão responder a processo civil e a processo criminal.
Podem ser enquadrados em vários tipos de crimes como estelionato, crime
contra economia pública, formação de quadrilha entre outros", finalizou
Novaes.
Instituições com cursos suspensos por irregularidades no Pará ou que se
comprometeram a só atuar com cursos livres: Faculdade de Ciências
Humanas de Vitória (Favix) Faculdade de Educação Superior do Pará
(Faespa), antigo Instituto Ômega Faculdade de Educação Tecnológica do
Pará (Facete) Faculdade Teológica do Pará (Fatep) Faculdade Universal
(Facuni) Faculdade de Ensino do Estado do Pará (Fatespa) Instituto de
Educação e Tecnologia de Paragominas (Ietep) Instituto de Educação
Superior e Serviço Social do Brasil (Iessb) Instituto de Ensino Superior
do Pará (Iespa) Instituto Educacional Bom Pastor (IEBP) (Há informação
de que o IEBP continua ofertando cursos de graduação nos municípios de
Floresta do Araguaia, Conceição do Araguaia e Concórdia do Pará. Foram
expedidos ofícios à Delegacia de Polícia Civil dos referidos municípios)
Instituto Educacional Heitor de Lima Cunha (IEHLC) Instituto
Proficiência Instituto Superior de Filosofia, Educação, Ciências Humanas
e Religiosas do Pará (ISEFECHR-PA).
Fonte : Núbia Pereira
Assessora de Imprensa do Vereador Dayan Serique (PPS)
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