PLANEJAMENTO LEVA O BRASIL SEM MISÉRIA PARA A AMAZÔNIA
Da Ascom/Planejamento. gov.br
O arquipélago de Marajó, em plena floresta
amazônica, sediou no sábado passado (dia 6) a cerimônia de assinatura do Termo
de Adesão do Bolsa Verde – uma transferência de renda trimestral de R$ 300 –
para 400 famílias ribeirinhas do município de Anajás com renda mensal até
70 reais per capita, que preservam a floresta por meio do manejo sustentável do
açaí, base da alimentação na região. A Bolsa Verde faz parte do Plano Brasil
Sem Miséria, prioridade do governo federal, e é executada pelo Ministério do
Planejamento, na Amazônia.
O evento foi realizado na sede do município de
Anajás, e lotou o Ginásio Poliesportivo. Contou com a presença da
coordenadora-geral da Secretaria do Patrimônio da União (SPU/MP) na Amazônia
Legal, Patrícia Menezes de Cardoso; do superintendente da SPU-PA, Lélio Costa;
e do prefeito de Anajás, Boró, além de vereadores locais e de municípios
vizinhos.
Patrícia Cardoso enfatizou o papel dos ribeirinhos
para a conquista desse benefício: "É a organização de vocês que consegue
trazer gente de Brasília, do povo de Belém e do território marajoara",
disse. A coordenadora elogiou a criação da política de regularização Nossa
Várzea, pela SPU/PA: "O projeto está presente em vários estados da
Amazônia e já beneficiou mais de 50 mil ribeirinhos", afirmou.
Se depender do prefeito Boró a continuidade dos
trabalhos da SPU/PA para a posse da terra aos ribeirinhos, está garantida:
"A prefeitura estará aqui para ajudar no que for preciso para o
cadastramento da população", disse. Lélio Costa destacou a importância da
conquista do Termo de Autorização de Uso Sustentável (TAUS) para acabar com a
relação entre "patrão e freguês" expressão usada pela população local
para falar da relação de exploração entre grileiros e ribeirinhos.
Dona Carmita Figueiredo, 61, mora no Alto Anajás,
na Vila Monte Sinai. É beneficiária do Bolsa Família, mas, mesmo assim, vive na
extrema pobreza: sua família tem renda per capita mensal inferior a 70 reais.
Saiu de casa no dia anterior, com sua filha e nora, para assinar o Termo de
Adesão ao Bolsa Verde, após mais de dez horas de viagem em um bote. "Se
fosse de voadeira, levaria uma hora e meia", explica.
"É um dinheiro que vai ajudar a gente,
né?", diz dona Carmita. Nos seus planos, a transferência de renda
trimestral de 300 reais servirá para comprar várias coisas de que ela e sua
família precisam: roupas, alimentos, remédios. "Às vezes a gente adoece e
não tem dinheiro nem pra comprar o remédio", acrescenta.
Seu Rubens, 39, mora no Alto Anajás, com mulher e
filhos, na mesma terra da União ocupada por seu pai, seu Sidraque, 83, e por
várias gerações de sua família, há muitas décadas. Sempre foram explorados por
grileiros que se diziam donos do lugar e obrigavam, por meio da força, os
ocupantes a vender sua produção, em troca de valores irrisórios.
Antes de receber o Termo de Autorização de Uso
Sustentável (TAUS), por meio do Projeto Nossa Várzea, da SPU/MP, que lhe
assegurou a posse da terra, seu Rubens "vendia" uma rasa – lata de 16
quilos – de açaí por dois reais, para o "patrão". Hoje, sem opressor,
a mesma quantidade de açaí é vendida, para quem ele quiser, por até 50 reais.
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