Relatório do Idesp aponta que o desmatamento no Pará mantém ritmo decrescente
O Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará
(Idesp) já disponibilizou em sua página da internet, a análise sobre o
desmatamento no Estado durante os últimos dois anos (janeiro de 2010 a
outubro de 2012), a partir de dados disponibilizados pelo Instituto
Nacional de Pesquisas Estaduais (INPE), que, entretanto, ainda não
divulgou os números referentes a novembro e dezembro do ano passado. De
acordo com a análise, apesar de o Pará ser o estado da Amazônia Legal
que tem maiores incrementos no desmatamento desde 2005 ele segue a
tendência regional de diminuição dos números, principalmente devido às
ações governamentais voltadas à mitigação do desmatamento, como o Plano
de Prevenção, Controle e Alternativas ao Desmatamento (PPCAD) instituído
por meio do Decreto Nº 1.697, de 05/06/2009, que entre um conjunto de
55 ações prevê o ordenamento territorial, fundiário e ambiental, o
fomento às atividades produtivas e o monitoramento e controle (Sema,
2009).
Nesse contexto, também contribuíram os
acordos firmados entre os atores das cadeias produtivas e o Ministério
Público Federal visando desvincular o desmatamento dos produtos
exportados. Além disso, destaca-se, ainda, o programa estadual
“Municípios Verdes”, que busca promover uma economia de baixo carbono e
alto valor agregado, melhorar a governança e reduzir o desmatamento e a
degradação florestal.
A análise do Idesp destaca
que, segundo dados do Sistema de Alerta do Desmatamento (DETER), no
período de janeiro de 2010 a outubro de 2012 foram desmatados 2.125,74
km² no Pará, distribuídos da seguinte forma: 973,70 km² (2010), 609,58
km² (2011) e 542,45 km² (dez primeiros meses de 2012), respectivamente.
De forma que as unidades de conservação concentraram 13,41% do total
desmatado, enquanto que as terras indígenas, 3,26%. Nas zonas de
amortecimentos, no entorno das unidades de conservação (buffer externo e
interno), onde caberiam apenas atividades produtivas sustentáveis,
também foram identificadas ações de desmatamento (6,32% do total na
faixa interna e 5,27% na externa).
Do total
desmatado no estado, 70,03% se concentrou em 10 municípios, o que
corresponde a 1.488,73 km². São eles: Novo Progresso, Trairão e
Jacareacanga (ao longo da BR-1630; Itaituba, Pacajá e Altamira (na
BR-230); Ulianópolis, área de expansão de grãos; Cumaru do Norte e São
Félix do Xingu, grandes produtores de gado, e Portel, na Ilha do Marajó,
que sofre com a exploração ilegal de madeira.
O
Pará, em função das suas características geográficas e de acessibilidade
proporcionada pelas estradas e rios, sempre funcionou como porta de
entrada para a expansão de atividades agropecuárias, uma das causas da
sua expressividade no contexto do arco do desflorestamento. Junte-se a
isso o fato de que atualmente o Estado é palco de grandes obras
infraestruturais, como a construção da Usina Hidrelétrica (UHE) de Belo
Monte e o asfaltamento das rodovias BR-163 (Cuiabá-Santarém) e BR-230
(Transamazônica). Além disso, estão previstas as obras das UHEs São Luis
do Tapajós, Cachoeira dos Patos, Cachoeira dos Patos II, Jamanxim,
Jatobá (no rio Tapajós); Marabá (no rio Tocantins) e Santa Isabel (no
rio Araguaia); assim como a construção e ampliação de portos, ferrovias e
hidrovias.
Texto:
Fernanda Graim - Idesp
Fernanda Graim - Idesp
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