Desarticulada quadrilha que aplicava golpes na revenda de carros no Pará
Um homem foi preso e dois carros apreendidos em São Miguel do Guamá.
Polícia investiga a ação da quadrilha em Irituia e Capitão Poço.
Um homem de 42 anos, vindo de Goiás para o Pará, foi preso neste
domingo (16), suspeito de estelionato e receptação qualificada de roubo
em São Miguel do Guamá, nordeste paraense. Outras quatro pessoas que também teriam envolvimento no esquema estão detidas para prestar esclarecimentos.
Segundo a polícia, o goiano é membro de uma quadrilha que aplica golpes
na revenda de carros. Em diversos municípios paraenses, o grupo teria
comprado veículos usados que eram pagos com cheques sem fundo ou por
meio de depósito bancário fraudulento. "Eles depositavam de outro
estado, com um envelope vazio, assim tinham tempo para fugir com o carro
antes que a vítima percebesse o golpe", explica o delegado Lopes, da
seccional de São Miguel do Guamá.
O flagrante foi feito na BR-010, depois que vítimas denunciaram o caso.
O suspeito saía do município dirigindo um caminhão, que transportava
ainda um carro. Atrás, seguia outro automóvel, com duas pessoas menores
de idade e dois adultos, que supostamamente faziam cobertura para o
condutor do caminhão que seguia em direção a Goiás. Todos foram
encaminhados para a delegacia.
O caminhão havia sido comprado na última quinta-feira (13), pelo valor
de R$ 44 mil, pago com cheque sem fundo. Segundo a vítima, o autônomo
João Gonçalves Moura, de 37 anos, o suspeito negociou o valor de compra
da caminhonete e ainda foi ao Detran verificar a situação do carro antes
de fechar negócio. "Ele me disse que o pai estava em Belém e iria
transferir o dinheiro. Esperamos horas, mas o dinheiro não chegava, daí
ele disse que iria falar com o gerente do banco. Como não resolveu, ele
me ofereceu um cheque, e eu aceitei", conta a vítima, que já havia
assinado documentos transferindo o veículo para o suposto comprador. "Eu
trabalho com frete, então se eu ficasse sem o dinheiro e sem a
caminhonete, nem sei como sobreviveria", relata.
Segundo a polícia, a quadrilha tem articulação em cidades como Belém e
Castanhal, e há registros do golpe em Irituia e Capitão Poço. "Eles
pegavam os automóveis e depois iam vender em estados como Maranhão e
Tocantins", diz o delegado.
De acordo com a polícia, em depoimento, o suspeito negou o crime, mas
ainda assim será transferido para a penitenciária de Paragominas. A
polícia investiga a participação dos outros quatro integrantes no golpe.
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